quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Aerosmith poderoso e encantador

por Vinícius Castelli
Fotos: Ronaldo Chavenco

Não é para qualquer um. Definitivamente não. Ter o privilégio de mostrar durante show arsenal de canções que se tornaram clássicas, hinos até. E, além disso, mesmo com quatro décadas de estrada, ainda esbanjar energia que causa inveja a muitas bandas jovens. Realmente é para poucos.

Gigante do rock, o norte-americano Aerosmith voltou ao Brasil com a turnê "Back On The Road Tour" e se apresentou na Arena Anhembi, na Capital paulista, no domingo (30). Evaporando bom-humor e garra, mostrou como se faz show de rock. Os desentendimentos que quase resultaram no desaparecimento do grupo em 2009 e o incidente com o vocalista Steven Tyler no Paraguai na semana passada - o músico caiu no banheiro e quebrou dois dentes, além de ganhar hematoma no rosto - ficaram pequeninos diante do poder de fogo do Aerosmith.

Aos 63 anos, Tyler sabe como poucos a melhor maneira de conduzir espetáculo e levar seus fãs ao êxtase. Sempre acompanhado pelo fiel parceiro, o guitarrista Joe Perry, o músico desfilou para cerca de 32 mil presentes composições de cair o queixo. Com repertório caprichado, a banda sacou "Draw The Line", do disco homônimo de 1977, para abrir a apresentação. Os quarentões enlouqueceram com velhas conhecidas como "Same Old Song and Dance" e o petardo "Mama Kin", do álbum de estreia dos roqueiros.

"Janie's Got a Gun" e "Livin'on the Edge", clássicos absolutos - responsáveis por conquistar boa parte de seu público - deixaram os fãs vidrados. Mérito da experiência, o guitarrista Brad Whitford, o contrabaixista Tom Hamilton e o baterista Joey Kramer funcionam, ao lado de Perry e Tyler, como algo preciso, brilhante e coeso.

O público e a banda, em uma só voz, entoando músicas como "Sweet Emotion", ou a belíssima "I Don't Want To Miss A Thing" - sem contar na impagável "Dream On" - não tem preço. Mas o show mesmo quem deu foi Tyler. O homem abriu o bocão e soltou a voz como poucos. Nem se importou com a chuva que lavou São Paulo durante o espetáculo. Fez questão de ficar - exceção a alguns poucos instantes - na água, na rampa de 20 metros que avançava no meio do público, cantando como se fosse a última vez. Incansável e único.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vagas de trabalhos na internet: Moda, tecnologia, meio ambiente e muito mais