O álbum sai do forno recheado com dez composições regidas por riffs poderosos de guitarra de Andreas Kisser, que vez ou outra dão lugar ao groove, como na faixa Manipulation Is Tragedy.
O guitarrista conta que o Sepultura ensaiou muito em Santo André, na época do Arise, do Chaos A.D. “A primeira música que escrevemos do Chaos A.D. foi Propaganda, e ela foi feita em Santo André, na casa de um amigo meu. A gente ensaiava lá. Eu conheci o Max e o Iggor em Santo André. O ABC sempre teve essa tradição headbanger. E foi ali que realmente tudo aconteceu.
“Espero que esse disco nos faça tocar no Grande ABC de novo. Nunca tocamos em São Caetano e São Bernardo”, diz Kisser.
Kisser conta que nesse disco ele e o baterista praticamente escreveram todo o conceito musical. “Eu e o Derrick fizemos as letras. Ele vem com as linhas melódicas. O Paulo está sempre no ensaio colocando as linhas melódicas. Foi uma química espetacular, com total liberdade de ação de todo mundo.”
The Mediator Between Head and Hands Must Be the Heart não abandona a sonoridade criada pelo Sepultura ao longo dos anos. Mas ainda assim é um disco que olha para a frente e não se prende muito a receitas.
O cantor Derrick Green solta a voz gutural e alterna trechos de calmaria, tendo frases de bateria e do contrabaixo de Paulo Jr. como pano de fundo. Kisser conta que não é difícil trazer algo novo para o som da banda.
“Tentar copiar o Chaos A.D., por exemplo, a gente até consegue. Mas iria soar como uma coisa patética. A gente ia se sentir escravo de uma situação, preso a uma ideia que não é real. Temos de viver o presente, não o passado”, afirma Kisser.
Ele conta que a inovação musical é algo que funciona naturalmente. “Temos o privilégio de viajar o mundo, de conhecer países. Toda turnê, desde 1989, vamos a algum lugar diferente. Isso mantém nossa cabeça jovem, cheia de ideias, sempre com aquela vontade de fazer coisas diferentes. A característica do Sepultura não muda. A gente é o que é, tocamos dessa maneira.”
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