Em tempos em que quem não se reinventa é atropelado, a banda britânica Deep Purple passa das quatro décadas de vida e tenta não agonizar. Sem disco novo na praça já há 11 anos, o quinteto, que tem como único integrante original o baterista Ian Paice, se apresentou em 2011 no lendário festival de jazz de Montreux, na Suíça. Gravado junto de orquestra, o registro filmado na noite de encerramento chega agora às lojas no DVD Deep Purple with Orchestra Live At Montreux 2011 (ST2, R$ 37 em média).
Regida pelo maestro Stephen Bentley-Klein, a orquestra de 38 músicos Neue Philharmonie, de Frankfurt,
abre o concerto com Deep Purple Overture. Faixas clássicas e algumas delas até já meio batidas – como Woman From Tokyo –, mas que não podem ficar de fora, recheiam o show. Mas com discografia invejável
e canções de fazer suspirar qualquer fã do gênero, o grupo não fica só nos clássicos, aproveita a oportunidade e mergulha em seu acervo.
Ilustradas pela voz de Ian Gillan, as canções Hard Lovin’ Man – do disco In Rock, de 1970 – e No One Come, do pesado Fireball, já fazem valer a pena o investimento. Em plena harmonia musical, a banda promove, ao lado da orquestra, arranjos interessantes para a delicada When a Blind Man Cries. Outro
bom momento fica por conta de Maybe I’m Leo, também do disco Machine Head, reproduzido quase na íntegra durante o show.
A banda ainda relembra os tempos de seu primeiro vocalista, Rod Evans, com a faixa Hush. Clássicos absolutos como Perfect Strangers, do disco homônimo de 1984 que marcou o retorno da banda aos palcos, Smoke On The Water e a mais recente Rapture Of The Deep também dão ar da graça.
Ainda assim, com tantas músicas de dar água na boca, um disco novo cairia muito bem nesse momento.
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