quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Encontro de Wynton Marsalis e Eric Clapton



Música graciosa, educada e cheia de sabedoria. É disso que trata o encontro do trompetista e compositor norte-americano Wynton Marsalis com o lendário guitarrista e compositor britânico Eric Clapton.

Durante três apresentações e ao lado da Orquestra de Jazz do Lincoln Center, em Nova York, a dupla mergulhou em temas delicados e audaciosos. O registro, "Wynton Marsalis & Eric Clapton Play The Blues" (Warner Music, R$ 50 em média), feito em abril, chega agora às lojas em pacote que inclui DVD e CD. O experimentalismo do jazz de Marsalis se mistura às notas certeiras do blues que fez Clapton quem é hoje. 

O repertório cuidadosamente escolhido passeia por canções como "Ice Cream", composição da década de 1920. A releitura ganha ricos arranjos orquestrados. A voz rouca e a genialidade de "Howlin' Wolf" - forte influência na música de Clapton - são lembradas em "Forty-Four", outro destaque. Na versão, de belíssimos improvisos, os arranjos puristas promovem deliciosa volta ao tempo.

A marcha "Joe Turner's Blues" antecede outra música de destaque. Assim como "Forty-Four", "The Last Time" é outra faixa que faz o ouvinte viajar no tempo. 

Com tanta bagagem musical nas costas, Marsalis e Clapton devem ter tido certa dificuldade ao decidir as músicas para os shows. Entre as escolhidas, "Careless Love" foi certeira e não poderia ficar de fora. O contrabaixo de Carlos Henriquez, o clarinete de Victor Goines, o trompete de Marcus Printuos e o trombone de Chris Crenshawe deixaram a música ainda mais rica, impagável.

"Careless Love" pode ser considerada patrimônio da música mundial. Já ganhou versão de Bessie Smith, Marilyn Lee e Ottilie Patterson. Ganhou vida também nas vozes de Louis Armstrong, Ray Charles, e Madeleine Peyroux, entre tantos outras ilustres figuras. A gravação traz ainda "Layla", de Clapton - a pedido do contrabaixista -, em versão inovadora e totalmente diferente de qualquer outra. 

O maior mérito da empreitada de Marsalis e Clapton é manter viva a cultura, a magnitude de todas essas músicas importantíssimas. Canções que escreveram a história da arte, do mundo. Coisa que só quem ama a música faz.

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