segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Arismar do Espírito Santo cheio de ideias e textutas

Como trabalho de arquitetura, as notas musicais são delicadamente encaixadas umas nas outras, sempre acompanhadas por melodias encantadoras. Assim são feitas as músicas de Alegria Nos Dedos (Maritaca, R$ 22 em média), novo disco de estúdio de Arismar do Espírito Santo. 

Alegria Nos Dedos chega às prateleiras composto por 15 faixas. Apenas uma delas, Água da Serra, não é instrumental. E é nela que Arismar conta com a participação de sua filha, que ilustra a faixa com arranjos vocais. 

Além de Bia, Thiago Espírito Santo, filho de Arismar, também contribui no disco. Ele assume a guitarra na faixa homônima e o contrabaixo em Santos X Corinthians, canção que fecha a obra. "Fazer sons com meus fihos é uma mistura de compositor mais feliz, com pai coruja ou, traduzindo: tem sensações que só o carinho pode explicar", diz o compositor.

Outro convidado do músico é o acordeonista e compositor Dominguinhos. Em Debaixo do Cajueiro, ele faz companhia delicada ao violão de sete cordas do anfitrião e passeia por belas harmonias. 

"Esse músico, compositor, improvisador nato e amigo querido é parceiro de estradas e estúdios desde os anos 1980. A pureza e a beleza de suas notas mostram a grandeza de sua alma. Que sorte", diz o músico.

Mistura de jazz com música popular brasileira e pitadas de bossa nova dão tom ao passeio musical. Arismar assume boa parte dos instrumentos em quase todas as canções: guitarra, contrabaixo elétrico e acústico, piano, violão de sete e 12 cordas e bateria. Ele conta que a ideia é harmonizar. Segundo ele, é como se fosse a visão do artesão, uma cabeça pensando no todo, tratando com carinho o que foi concebido, como se fosse uma peça única e orgânica. 

Ele conta que a preferência por um instrumento depende de seu estado de espírito. "Cada dia eu estudo um instrumento. Tem dia que toco pandeiro o dia inteiro. Que linda rima", brinca. "Sempre imagino um grupo fazendo um lindo som junto." 

Na nova empreitada, Arismar optou por fazer os registros da forma mais natural possível. O disco não foi gravado com o uso de clicks, metrônomos ou marcadores de tempo. Ele conta que a intenção foi de "liberdade de fazer o ‘tempo musical' se apresentar como uma ‘visão'. 

Essa opção deu ar de ‘ao vivo' ao trabalho que também é orgânico. "Sou filho da harmonia com o ritmo. Penso que os temas têm a tendência de se enraizarem nas ideias. Crio através da linguagem dos vários instrumentos e, neste sentido, temas e arranjo nascem simultaneamente", afirma. 

E se for necessário explicar a receita para o bom resultado da obra, talvez a resposta esteja, sem que ele saiba, nas palavras do próprio Arismar. "Deixar fluir é um bom começo. Olha, é tão prazeroso fazer música, tocar instrumentos, desenvolver ideias, que a fluência se apresenta a cada instante."

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