Como trabalho de arquitetura, as notas musicais são delicadamente encaixadas umas nas outras, sempre acompanhadas por melodias encantadoras. Assim são feitas as músicas de Alegria Nos Dedos (Maritaca, R$ 22 em média), novo disco de estúdio de Arismar do Espírito Santo. Outro convidado do músico é o acordeonista e compositor Dominguinhos. Em Debaixo do Cajueiro, ele faz companhia delicada ao violão de sete cordas do anfitrião e passeia por belas harmonias.
"Esse músico, compositor, improvisador nato e amigo querido é parceiro de estradas e estúdios desde os anos 1980. A pureza e a beleza de suas notas mostram a grandeza de sua alma. Que sorte", diz o músico.
Ele conta que a preferência por um instrumento depende de seu estado de espírito. "Cada dia eu estudo um instrumento. Tem dia que toco pandeiro o dia inteiro. Que linda rima", brinca. "Sempre imagino um grupo fazendo um lindo som junto."
Essa opção deu ar de ‘ao vivo' ao trabalho que também é orgânico. "Sou filho da harmonia com o ritmo. Penso que os temas têm a tendência de se enraizarem nas ideias. Crio através da linguagem dos vários instrumentos e, neste sentido, temas e arranjo nascem simultaneamente", afirma.
E se for necessário explicar a receita para o bom resultado da obra, talvez a resposta esteja, sem que ele saiba, nas palavras do próprio Arismar. "Deixar fluir é um bom começo. Olha, é tão prazeroso fazer música, tocar instrumentos, desenvolver ideias, que a fluência se apresenta a cada instante."
Nenhum comentário:
Postar um comentário