Angra empolga com novo disco

Baseado na obra Tempestade, escrita pelo dramaturgo britânico William Shakespeare (1564-1616), o grupo Angra lança Aqua (Voice Music, R$ 30 em média), sétimo trabalho da carreira.

Aqua marca uma década com a voz de Edu Falaschi na banda, coloca fim ao hiato de quatro anos desde o lançamento de Aurora Consurgens e traz também como novidade o retorno do baterista Ricardo Confessori ao grupo.

E aos mais desavisados, as canções que integram o menu do novo disco podem surpreender os ouvidos. O segredo, segundo o vocalista e compositor Edu Falaschi, é: “Misturamos o que a gente gosta com o que o público quer ouvir”.

Edu conta que está satisfeito com o resultado do disco. “Já escutamos muito esse álbum”, brinca. “Mas a grande situação mesmo foi ao vivo. Foi por meio dos shows que pudemos sentir essa renovação após quatro anos (sem lançar novo trabalho). É um disco bem completo, estamos muito satisfeitos”, conta Edu.

Segundo ele, Aqua está distante de seu antecessor, que era mais ‘dark’ e com notas mais pesadas. “Aqua é uma mistura entre os álbuns Rebirth e Temple of Shadows”, diz.

Lapidadas por arranjos belos e delicados, as novas composições flertam com passagens rápidas e riffs pesados e poderosos das guitarras de Rafael Bittencourt e Kiko Loureiro.

As faixas trazem também entre os ingredientes pitadas de música brasileira, como em The Rage of the Waters, um dos destaques da obra.

Mas não para por aí. O quinteto coloca não só um, mas os dois pés no rock progressivo.

Fã de Dio, Iron Maiden e Muse, Edu revela que um álbum como Aqua pode levar até seis meses para ser produzido. “Preparar o conceito, organizar ideias, direcionar o disco, gravar demo, leva muito tempo”, conta o músico.

O grupo produziu 30 músicas, das quais dez entraram para o álbum. “Estão todas guardadas, mas podemos até descartar, pois quando formos fazer o próximo disco, chegarão novas canções”, conta.

Aqua promove um passeio musical, regado por canções tensas e furiosas – Hollow – e climas sauves – Lease of Life.
É só retirar seu ingresso e embarcar.

Coluna publicada hoje no caderno de cultura do jornal Diário do Grande ABC.