Enquanto o guitarrista Jimmy Page tenta insistentemente colocar em prática um histórico reencontro do Led Zeppelin, seu ex-companheiro Robert Plant continua caminhando por conta própria e deixa claro que o retorno do Zeppelin está longe de ser sua prioridade.
Hoje, aos 62 anos, Plant segue firme nos novos caminhos, mergulha na melodia do folk e do blues norte-americano e tira do bolso o álbum Robert Plant – Band of Joy (Universal Music, R$ 29 em média).
Band of Joy, aliás, é o grupo do qual o vocalista participou ao lado do baterista John Bonham, antes de iniciar toda sua história junto ao Led Zeppelin.
É fato que Plant não traz mais aqueles vocais poderosos como há 40 anos. Mas isso não faz a menor diferença. Poderíamos até pensar que por tudo o que Plant já deixou registrado, um novo disco seu é bônus nos dias de hoje. Mas não, o músico fez questão de lapidar o álbum com todo o cuidado.
De beleza ímpar, sua voz recheia as 12 canções de forma delicada e com arranjos dignos de um maestro.
Produzido pelo vocalista ao lado de Buddy Miller, Band of Joy tem ótimo resultado. É intenso e repleto de climas.O álbum traz convidadas especiais. Acompanhado pelas vozes das cantoras Patty Griffin e Bekka Bramlet, o vocalista faz uma bela releitura de House of Cards, originalmente escrita por Richard Thompson, em 1978. Das 12 canções que ilustram Band of Joy, Plant assina apenas uma, Central Two-o-Nine, ao lado de Milles.
Band of Joy é temperado com arranjos de banjo, acordeom e bandolim, como em Cindy, I'll Marry You Someday, por exemplo.
Em sua nova empreitada, Plant mostra que os tempos são outros. O que não mudou foram seu talento e bom gosto. Basta ouvir.
Coluna publicada no Diário do Grande ABC.
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