Grande responsável por uma revolução musical dentro do rock, o álbum Iron Maiden completa 30 anos. E se o grupo não se lembrou disso, Paul Di’Anno, ex-integrante e vocalista original da donzela de ferro, se lembrou.
Di’Anno aproveita para comemorar o aniversário do disco que deu início a sua carreira que, para quem não sabe, vai muito além do Iron Maiden. “Me sinto muito velho”, brinca Di’Anno, em meio a uma gargalhada.
O vocalista se apresenta na Capital paulista depois de amanhã, no Manifesto Bar. Os ingressos custam R$ 60.
Em entrevista exclusiva, Di’Anno revela estar contente com as comemorações. “É fantástico! Tocaremos as canções do disco Iron Maiden, e algumas do Killers – segundo álbum do Iron Maiden – também”. A apresentação será recheada também por canções de sua carreira solo. Marshall Lokjaw, do excelente disco Murder One, é uma das que constam no setlist do músico.
O vocalista contará com a banda gaúcha Scelerata para a apresentação.
Di’Anno relembra do clima das gravações do lendário álbum. “Quando gravamos o disco, não sabíamos muito bem o que fazer. Estávamos felizes por fazer shows. E, de repente, fomos gravar. Uau, foi surpreendente”, conta.
Apesar do álbum não ter tido uma boa produção, Di’Anno conta que o disco tinha espírito de equipe. “Ficávamos juntos no estúdio, fizemos o melhor que pudemos na época. É um álbum feito com coração e alma”.
Quando questionado se o fato de ser um dos nomes mais importantes do rock lhe significava algo, Di’Anno brincou entre uma gargalhada: “Sério, sou mesmo?” Ele afirma ser um homem de sorte por ter tocado bastante e por ter conhecido o mundo todo.
Mas ser um nome importante não o faz sentir fantástico. “Fico contente que as pessoas gostem do que eu faço e da minha voz, mas não ligo pra essas besteiras de rock-star. Quando morava em São Paulo saía para tomar uma cerveja, ia ver o Corinthians. Não ligo para limousine, ando de táxi. Sou igual a qualquer pessoa, só tenho um emprego melhor”, conta.
Cansado da estrada, Di’Anno diz que adora tocar, mas a saudade da família, que hoje mora em Miami, é algo que realmente pesa nas costas. A última vez que viu a família foi em janeiro, e mesmo tendo contato por telefone o tempo todo com a mulher – hoje adoentada –, sente falta. “Me mata não poder estar perto”.
Apesar de ter algumas canções novas no bolso, o vocalista diz que a falta de tempo impede que ele prepare novo material. “Ah, sou um preguiçoso”, brinca. “Meu tempo em casa é tão curto. Geralmente fico três semanas e volto para a estrada, não me sobra tempo”, conta.
E se o disco Iron Maiden ganhou comemoração, o álbum Killers, que completará três décadas em 2011, não terá a mesma sorte.
Para os planos futuros, o britânico conta que fará mais alguns shows até o próximo ano e depois voltará à escola para reaprender a tatuar, já que sua licença expirou há tempos. “Pretendo abrir três estúdios, um em São Paulo, outro em alguma cidade da Venezuela e quem sabe um terceiro na Austrália, vou mesmo dar um tempo com a música”’, revela.
Sem pestanejar, Di’Anno parecia ter na ponta da língua os nomes Dave Murray e Steve Harris, quando questionado se pudesse convidar alguns dos antigos companheiros para comemorar os 30 anos do disco ao seu lado. “Eles são grandes músicos, fizemos ótimos sons juntos”, conta.
Paul Di'Anno - Show que comemora os 30 anos de lançamento do álbum Iron Maiden. No Manifesto Bar. Rua Iguatemi, 36, Itaim Bibi, São Paulo. Dia 02/09, às 21h. Ingr.: R$ 60. http://www.ticketbrasil.com.br/
Coluna publicada hoje no caderno de cultura do Diário do Grande ABC.
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