terça-feira, 24 de agosto de 2010

Iron Maiden cheio de ingredientes

 O fato de um grupo de nome tão forte quanto o Iron Maiden preparar novo álbum é algo importante por si só. Melhor ainda quando ficamos surpresos com o que escutamos.

Quatro anos após o lançamento de A Matter of Life and Death, a banda tira do forno seu novo disco.
Primeiro lugar em vendas na Inglaterra, Finlândia e Suécia, The Final Frontier (EMI, R$ 30 em média), 15º trabalho de estúdio do grupo chega às lojas recheado por dez canções.

O retorno ao estúdio Compass Point, nas Bahamas, parece ter feito bem ao sexteto britânico.
De lá a banda já saiu com discos como Piece of Mind, Powerslave – um dos mais importantes da história do grupo – e Somewhere in Time.
Em The Final Frontier, a banda resgata algo que havia se perdido pelo caminho: a vontade de arriscar.

Não há como fugir de temas clichês e de solinhos de guitarra dobrados, marca registrada do Iron Maiden. Mas o novo disco é muito mais do que isso.

Produzido por Kevin Shirley, que também assinou trabalhos de nomes como Rush, The Black Crowes, e Joe Bonamassa, por exemplo, The Final Frontier é ousado, como há tempos o Iron Maiden não era.
Entre os ingredientes do disco, pitadas de experimentalismo, riffs pesados e solos certeiros.

Os ouvidos mais acostumados ao som da banda, facilmente perceberão a diferença entre os solos e os arranjos das guitarras de Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers.
Smith é, aliás, responsável pela maioria das composições, ao lado do baixista Steve Harris.

A voz de Bruce Dickinson tem medida certa. É forte na maior parte do tempo e suave quando necessário. El Dorado, segunda música da obra, tem frases intensas de guitarra, um dos destaques do disco.

As canções surpreendem. Tem passagens diferentes e tomam rumos que ninguém imagina, tornando a audição uma grata surpresa. Grande exemplo é a música Starblind.

Isle of Avalon, composição de nove minutos, margeia peso e brisas e é repleta de passagens progressivas.

The Talisman, outro destaque, traz introdução com belíssimos arranjos de violão, as famosas cavalgadas na bateria de Nicko McBrian, refrão poderoso e passagens pesadas com solos diferentes do que estamos acostumados a escutar.

The Final Frontier é um disco eclético e pesado, honesto e ousado. Não é o melhor trabalho da banda, mas ainda assim um ótimo disco. Novo em folha e respirando novos ares, é só escutar.
 
Fotos: Divulgação
Foto Dave Murray e Adrian Smith: Claudinei Plaza 2/3/2008
Coluna publicada hoje no caderno de Cultura do Diário do Grande ABC.

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