Les Paul não merecia menos do que isso. Guitarrista reconhecido e inventor do modelo de guitarra que até hoje é apreciada por nomes como Jimmy Page, Leslie West e Ace Frehley, entre tantos outros figurões, ganhou homenagem de ninguém menos que o lendário e inimitável guitarrista britânico Jeff Beck.
Em 9 de julho do ano passado - dia em que Les Paul (1915-2009) completaria 95 anos -, Beck resolveu plugar o bom e velho modelo de guitarra em um amplificador no Iridium Jazz Club, em Nova York. O local, frequentado durante muitos anos por Les Paul, recebeu cerca de 200 sortudos na plateia para assistir à homenagem.
Registrado no DVD 'Jeff Beck - Rock'n'Roll Party Honouring Les Paul' (ST2, R$ 35 em media) o show é elegante, caprichado e intimista, assim como foi o mestre Les Paul.
No apertado palco, o britânico contou, durante a maior parte do show, com a sedutora e deliciosa voz de Imelda May para ilustrar com delicadeza as canções. A dupla teve ao seu lado um belo time de músicos. Entre eles, Darrel Highman, guitarrista e marido de Imelda - que também cantou alguns temas. Ainda estavam presentes o baixista Al Gare, o baterista Stephen Rushton e o tecladista Jason Rebello, isso sem dizer que a banda contou ainda com time de sopros de invejar.
Com topetes, costeletas e botas, mergulhados no visual rockabilly, a banda, ao lado de Beck, desfilou 'Baby Let's Play The House', clássico conhecido pela voz de Elvis Presley. O clima de festa foi imediato. Highman ainda cantou 'Double Talkin' Baby', 'Cruisin'' e 'Train Kept A Rollin' antes que a elegante Imelda, de vestido e batom vermelhos, tomasse conta da apresentação.
Com seu vozeirão, interpretou 'Cry Me A River' - capaz de fazer chorar, literalmente. Cantou ainda o clássico 'Sitting On The Top Of The World', 'The World Is Waiting For The Sunrise' e 'I'm A Fool To Care', entre tantas preciosidades.
Na plateia, além do cantor David Bowie e do guitarrista Kirk Hammet, do Metallica, vários olhos, todos estáticos, enquanto Beck desfila seus bárbaros arranjos nas seis cordas.
A apresentação contou com participação especial de ninguém menos que Brian Setzer e Gary U.S Bond. Beck, é Beck, dispensa apresentações. Solta a mão no blues, para que Imelda mergulhe nas raízes negras do gênero. As mesmas mãos que quase arrancam fogo da guitarra também a tocam com delicadeza em arranjos magníficos de jazz. É para Les Paul se orgulhar, no mínimo.
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