terça-feira, 28 de junho de 2011

Pentagram e suas quatro décadas


Parte do lado obscuro e místico do rock, o Pentagram - assim como uma leva de outras bandas quase desconhecidas - é o tipo de grupo que, mesmo com quase nenhum marketing, apoio e sem se preocupar em produzir canções que agradem às rádios, perdura há anos pelos becos mágicos do universo musical e o mais curioso, arrasta leva de fãs por gerações.


Quase esquecido, porém tão importante quanto qualquer outro grupo que também tenha nascido na década de 1970 - leia-se Budgie e Sir Lord Baltimore -, o Pentagram, sempre liderado pelo vocalista Bobby Liebling, completa 40 anos e vai bem, obrigado.

No início da carreira, os riffs de guitarra eram pesados e as passagens de andamento lento eram curiosas. Uma veia no mundo da música pesada havia sido criada. O que mudou de lá para cá no som deles? Não muita coisa!

Pioneiros do que viria, anos mais tarde, a se chamar Doom Metal, o Pentagram ressurge após hiato de sete anos como um monstro adormecido e traz ao mundo o poderoso 'Last Rites' (Metal Blade Records. Importado), seu novo álbum de estúdio.

Como se tivesse sido tirado de algum baú empoeirado, o disco da banda da Virgínia, Estados Unidos, marca também a volta do guitarrista, compositor e velho parceiro de Bobby, Victor Griffin.

'Last Rites' tem canções poderosas, capazes de fazer frente a qualquer álbum de grandiosas bandas do cenário. A entrega de Bobby ao novo trabalho impressiona. Sua voz sempre bem colocada recheia de energia composições com o 'Treat Me Right' e 'Everything's Turning To Night'.

Em 'Into the Ground' - uma das músicas mais poderosas já feitas pela banda - as notas da guitarra de Griffin, aliada à cozinha do baterista Albert Born e do baixista Greg Turley não deixam dúvidas de que o melhor momento do Pentagram é hoje.

Momento de glória é 'Windmills and Chimes'. A quase balada é bela, única e repleta de deliciosas harmonias. Canção digna de se escutar de olhos fechados, como em um mergulho. Arranjos inteligentes, que só poderiam ter saído das mãos de quem possui anos de estrada não faltam a 'Last Rites'. Como não bastasse, além do CD, o álbum também foi lançado em vinil e em várias cores.

Aos 40 anos, nem precisaria, mas o Pentagram fez a gentileza de dar ao mundo disco de tamanha qualidade. Que as novas bandas se inspirem em quem tem história para contar.

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