terça-feira, 20 de julho de 2010

Frampton limpo e cheio de energia

Seus tempos de música ao lado do guitarrista Steve Marriot no grupo de rock Humble Pie ficaram para a história. A triste e quase interminável fase com as drogas ficou para trás.

Hoje, aos 60 anos – mais de 40 dedicados à música – e com cabelos ralos, Peter Frampton, guitarrista, vocalista e compositor britânico que hoje vive nos Estados Unidos ressurge como uma fênix.

Com show agendado em São Paulo para o dia 17 de setembro (ingressos entre R$ 140 e R$ 300), na Via Funchal, Frampton resolveu tirar o pó de sua guitarra Les Paul ano 1961, e de tantos outros modelos que usa, e brindar os fãs com Thank You Mr.Churchill (ST2 Records, R$ 22 em média), seu novo álbum de estúdio e primeiro em três anos.

A edição brasileira do disco ainda traz dois bônus, I Understand e A Thousand Dreams.

Autobiográfico, o novo trabalho do guitarrista marca nova fase em sua vida. Sóbrio há sete anos, Frampton compôs 50 novas canções e, dentre elas, pinçou apenas 11 para integrar seu novo cardápio musical.

Gravado em seu estúdio caseiro na cidade de Cincinnati e produzido por Chris Kimsey, engenheiro de som com quem Framtpon não trabalhava há 30 anos, Thank You Mr.Churchill chega cheio de deliciosos temperos e transborda em emoções.

Frampton passeia por momentos de extrema delicadeza, produz climas tensos com a guitarra e recheia algumas das canções com solos de tirar o fôlego.

Pesada, a canção Road to the Sun marca o início da parceria de Frampton com seu filho Julian, 21 anos. Além de ter gravado o vocal – que quase se confunde ao do pai –, Julian também assina a canção ao lado de Frampton.

I’m a Due resgata a musicalidade de tempos em que nasceram clássicos absolutos como Breaking all the Rules e Show Me The Way, ambas responsáveis por projetar o nome do músico mundo afora.

Cheio de molho, o disco tem momentos em que a guitarra de Frampton grita sem o menor pudor, como em Asleep at the Whell ou Solution, por exemplo.

O britânico toca notas lindas, limpas e certeiras na belíssima canção Suíte Liberte, com direito a um emocionante solo de guitarra. Também produz brisas deliciosas em Vaudeville Nanna And The Banjolele, composição que relembra o episódio em que ganhou um banjo de sua avó.

Transcendental, a música de Frampton traz o músico renovado, são e salvo e cheio de vida.
Que venha o próximo disco!

Coluna publicada hoje no caderno de Cultura do jornal Diário do Grande ABC

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