sábado, 14 de maio de 2011

Accept ressurge das cinzas - Entrevista exclusiva


por Vinícius Castelli

Referência mundial no cenário heavy metal nos anos 1980, a banda alemã Accept – por anos quase esquecida pelos próprios músicos – retorna das cinzas com força e repleta de novidades. Liderado pelo guitarrista e principal compositor Wolf Hoffmann, o grupo mata a sede dos fãs e aposta em seu novo disco Blood Of The Nations, lançado após hiato de 16 anos.

A banda chega ao Brasil pela primeira vez em mais de três décadas de estrada para única apresentação amanhã, em São Paulo, no Carioca Club, às 20h. Renovado, o Accept apresenta o novo vocalista Mark
Tornillo – para o lugar do lendário Udo Dirkschneider –, além do recém-chegado baterista Stefan Schwarmann. O quinteto conta também com o guitarrista Herman Frank e com o baixista e também fundador Peter Baltes em sua formação.

Blood Of The Nations, 12º disco de estúdio – capaz de figurar, sem exagero algum, ao lado dos álbuns mais importantes do grupo como Metal Heart e Restless e Wild – traz canções de peso, repletas de energia e mostra os roqueiros prontos para novos ares. Em entrevista exclusiva, Wolf Hoffmann disse estar feliz com a aceitação do álbum pelo mundo. “Nós não poderíamos ter desejado mais e acredite, não o fizemos. É um milagre o Accept estar de volta aos palcos. Nem nós imaginávamos isso”, conta o músico.

Fora de atividade desde 2005, Hoffmann diz ter sentido falta da banda, dos fãs e de toda a adrenalina que envolve o processo de trabalho musical. Em contrapartida, relata saudades da família quando se está mergulhado na carreira musical. “Sempre vivi a vida ao máximo e música é uma das minhas maiores paixões,
mas é também uma das mais exigentes.”

Mas talvez todo esse tempo fora do mainstream musical tenha feito bem ao grupo. Ao mesmo tempo em que o mundo girou e mudou, a música do Accept também não é mais a mesma. A essência das canções é a mesma, mas é fato perceber quão mais maduro está o grupo após todo esse tempo. “Nós mudamos do início para cá. O mundo obviamente mudou. Mas os princípios, como fazer as coisas da maneira certa, com honestidade, integridade e devoção, isso não mudou”, diz o guitarrista.

Poderosas, as novas composições têm arrancado suspiros de toda a crítica especializada. E se havia alguma dúvida de que a banda, após seu retorno, viveria apenas à sombra das canções da época de seu antigo vocalista, o saboroso Blood Of The Nations coloca fim à questão.

Sobre o segredo para produzir boas canções, que tem como marca registrada o timbre inconfundível das cordas, o veterano roqueiro diz que algo que contribui muito para isso é a ótima relação que tem como parceiro de composição o baixista Peter Baltes. Hoffmann também acredita ser impossível forçar talento,
inspiração e imaginação. “Essas qualidades têm de estar com a banda desde o início”. E conta outro segredo: “Nunca pense ao criar, apenas deixe fluir. Faça o que quiser aqui e agora e você será recompensado aqui e agora”. Para o show no Brasil, o guitarrista é direto e diz esperar do público exatamente o que os fãs esperam do Accept. O músico conta ainda  não saber o que tocará em
São Paulo. “Nós escolhemos as músicas espontaneamente a cada noite. Temos uma música que nunca tocamos que tem o título em espanhol. Espero que possamos tocá-la.”

Serviço:
Accept
Domingo, às 20h.
No Carioca Club – Rua Cardeal Arcoverde, 2.8 9 9
São Paulo.
Tel . :3813-8598.
Ingr.: R$ 120.

Um comentário:

  1. O Pilha da Vitrola é um excelente blog. Entrevistas fantásticas (exclusivas). Matérias saborosas (sempre). Parabéns, Vini. O caminho é esse.

    Forte abraço,
    Monega

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