terça-feira, 12 de abril de 2011

Liam Gallagher tira disco do forno

O desespero em nada adiantou aos fãs do Oasis quando souberam do fim do grupo britânico. A banda continua separada e sabe-se lá se voltará a tocar junta. Mas enquanto isso não acontece, o vocalista Liam Gallagher resolveu juntar forças com os guitarristas e ex-Oasis Gem Archer e Andy Bello e, ao lado do baterista Chris Sharrock, tira do forno Different Gear, Still Speedin (Sony Music, R$ 25 em média), disco de estreia do Beady Eye.

Há quem não goste do trabalho do Oasis, mas não tem como negar a importância e a popularidade impressionantes que o grupo conquistou com suor. Se você espera de Beady Eye algo muito diferente dos
trabalhos de Liam junto ao Oasis, se deu mal. Ou não. A nova empreitada tem algo muito positivo, e talvez seja o tempero que mais se destaca no disco: a naturalidade das canções e o espaço que Liam encontrou para soar livre e passear com sua voz como bem entende. O álbum de capa retrô chega recheado por 13 composições assinadas pelos músicos. Four Letter Word, música que abre o menu, é repleta de efeitos de guitarra. Suja e ardida, poderia muito bem figurar em qualquer álbum da antiga banda. O grupo surpreende logo de início com Millionaire.

De harmonia deliciosa, a composição de pouco mais de três minutos traz sonoridade anos 1960 e chega a ser dançante. Se há algo do qual Liam não consegue ou talvez não queira se livrar, é da forte influência que os Beatles têm até hoje em suas músicas. E isso sempre foi positivo em sua carreira, mas, desta vez, na canção The Roller, o vocalista forçou a barra tentando soar mais Lennon do que o próprio John.

Ok, não dá para dizer também que o vocalista colocou tudo a perder por uma única falha. Wind Up Dream compensa, é faixa que merece carinho ao ser apreciada. O riff singelo de guitarra ganha força junto aos demais instrumentos. O vocal de Liam é divertido, alto-astral, e a canção convida o ouvinte a cantar.
Durante todo o tempo e, propositadamente, o disco soa ‘vintage’ e até datado em alguns momentos. Mas isso passa longe de ser ponto negativo. Rock regado a arranjos de piano e vocais femininos, Bring the Light chega para esquentar o passeio sonoro.

A banda tira do bolso ótimas ideias, caso da delicada For Anyone. De arranjos cuidadosos, a composição é, ao lado da bela balada Kill For A Dream, um dos grandes momentos de Different Gear, Still Speedin.
Standing On The Edge Of Noise é o momento sujo do álbum. O vocal rasgado, as guitarras distorcidas e a ótima harmonia do baixo fazem valer a composição. O disco respira bem, tem força em músicas sujas, descansa em canções tranquilas como Wigwam e The Beat Goes On e desacelera em baladas como The Morning Sun. No geral, Different Gear, Still Speedin é tranquilo, de clima ameno e sim, é inegável a presença do espírito Oasis.

Até poderia ser diferente, mas não é. E tudo bem.
Acha ruim? Ok, mas será que lá no fundo não é isso que os fãs estavam querendo?

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