Ao olhar a capa do disco, você pode até achar que é uma mídia com fotos de moda. Mas não, não se trata disso. É mesmo o disco de Bryan Ferry. O cantor escolheu a embalagem a dedo. E, caso você tenha alguma dúvida ao olhar a moça bonita estampada na capa, sim, é Kate Moss, aquela famosa modelo britânica.
O talentoso figurão traz na nova empreitada dez canções dançantes e cheias de elegância. Das dez, oito composições suas, Ferry traz também uma versão para Song To The Siren, de Tim Buckley e No Face, No Name, No Number, do Traffic, lendário grupo dos anos 1970.
You Can Dance, música responsável por abrir a obra, chega recheada por deliciosos climas. Há oito anos sem gravar um álbum de inéditas, Ferry não poupa condimentos para enriquecer Olympia. Músicas como Alphaville e Heartache By Numbers seguem no mesmo caminho: mesclam pop com um bocado de romantismo e pitadas de soul. E tudo isso, sem sequer pensar em ser brega.
Podemos dar crédito à boa produção de Olympia a seu idealizador maior, Bryan Ferry. Mas há outro que também deve levar mérito pelo bom resultado: Rhett Davies, produtor que trabalhou com Ferry em sua carreira solo e também nos tempos do Roxy Music. Davies também assinou trabalhos de grupos como Genesis, Dire Straits, Talking Heads e King Crimson, por exemplo.
Mas o álbum traz uma grande surpresa que com certeza agradará todos os fãs do Roxy Music. Ferry gravou a canção Song To The Siren ao lado de seus ex-companheiros do Roxy Music. Sim, pode acreditar. Brian Eno, Phil Mazanera , Andy Mackay e Bryan Ferry juntos novamente. Este é o primeiro disco a reuní-los desde o álbum For Your Pleasure, de 1973. Olympia é na verdade, aquilo que Ferry sabe fazer e muito bem: uma mistura de leves temperos musicais.
Coluna publicada no jornal Diário do Grande ABC.
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